Se bem que não tenhamos recebido (ou percebido) muito bem a mistura light entre revolução dos cravos e revolução musical... achamos que é importante divulgar as acções culturais riachenses. É importante sublinhar que a revolução de Abril de 1974 foi marcada pela ausência de violência dos manifestantes, o que lhe dá um valor extremo. A humanidade dos portugueses veio ao de cima, manifestámos o verdadeiro sentido da liberdade. Devemos respeitar a memória dos que sairam à rua naquele dia, sujeitos a sabe-se lá o quê. A ditadura não estava na sua fase decadente, tudo mudou naquela 5ª-feira.
Mas, sermão à parte... pedimos desculpas por isto...
Parece que vai ser assim:
Mensagem electrónica que chegou até nós:
"E se em vez de militares, a revolução de 74 tivesse sido feita com músicos? Em vez de cravos, guitarras, baterias e teclados? Será que alguém atiraria com um baixo aos cornos dum inspector da PIDE? Sem sim, seria melhor um de quatro cordas ou um de cinco? São estas questões que passam ao lado dos portugueses, trinta e tal anos depois de uma meia revolução. CASA DO POVO DE RIACHOS, 21H Xtigma, Português Suave, Outros e a música seleccionada dos homens dos discos: Deejay Toxx, DJ Pedro Arruda, Dijei Zig Zag.
Rock on madafacares!!!
Todos estes artistas podem ser visitados nas suas interessantes páginas no domínio Myspace www.myspace.com/xtigmamusica
www.myspace.com/psuave
http://www.djpedroarruda/
(Quanto aos outros todos não quiseram fornecer os seus endereços sob forma de protesto face ao mau cheiro que se faz sentir em Riachos desde há muito tempo)
O reenvio deste mail serve para vos lembrar do evento. Assim o farei todas as quintas até dia 24 de Abril. Serve também para testar alguns riachenses que se queixam da falta de programação cultural. Por isso, espalhem a notícia. Depois vamos ver se as pessoas aderem em massa ou se ficam no café a discutir o marasmo cultural e a falar mal dos políticos. Afinal, estes não são mais que o espelho da população. Temos pena...
-- Luís Santos"
4 comentários:
queria só dizer que se a ditadura não estivesse na sua fase decadente, teria os militares todos a cumprir as ordens superiores, né? E a aceitação internacional, também... Não duvido da humanidade dos portugueses, mas dado o estado de insustentabilidade em que se encontrava o regime, o 25 de Abril aconteceria sempre, com a forma que tomou ou com outra qualquer.
Felizmente quase não havia em Portugal uma alma autónoma que não pensasse o E. Novo de uma forma subversiva.
Estas questões não se colocam hoje em dia e enfim, este evento tem a "tónica" mais na música do que na revolução. Até me parece criativa a ideia dos instrumentos a substituirem os cravos... Um quadro assim à Jesus Cristo Superstar, o move.
André
É um ponto de vista a ter em conta.
Nós achamos que não é bom falar assim de ânimo leve sobre o 25 de Abril de 1974. O que dissemos foi para meter uns travões às palavras, que tão caras custaram a muitos e muitos dissidentes. Ensinaram-me na escola que não devemos meter a palavra "se" quando falamos de história, pois as coisas aconteceram e pronto, não há cá hipóteses sobre o que não pode acontecer outra vez.
Aceitamos, sem discórdia as suas palavras.
Agradecemos a participação no nosso blogue.
Meus caros, concordo é com o André e com o autor do texto que vocÊs publicaram, sem autorização do próprio, como ele me confirmou: Primeiro devo dizer que independentemente do que vocês julguem, as coisas não foram bem assim como vos pintaram no caderninho da escola.
Falar de "ânimo leve" sobre a pseudo revolução não é nosso apanágio. sabemos bem as condições em que o país se encontrava à altura.
A pintura verdadeira não é bem essa. E a revolução foi uma ponta de iceberg do que deveria ter sido. Passámos a ter uma liberdade maior, sim. Mas o poder ficou com que ainda hoje dominam isto. "E tu és um cordeirinho, só fazes mé me".
Depois, há que ser dito que a revolução partiu dos artistas e músicos de Portugal.
Em último, gostaria de saber se alguém de vós foi ao evento 24 de Abril... Eu fui, mas o som estava mau e sem ninguém ver agarrrei-me ao followspot.
Peço desculpa, mas só vi isto agora.
De facto, os músicos tiveram um papel fundamental no 25 de Abril, não o negamos, só o louvamos.
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