A personagem de hoje foi Gérard Castello-Lopes, um artista português ligado ao cinema e à crítica, mas foi na fotografia que mais se destacou. Gérard é um velho homem, remetido ao silêncio de uma vida cheia da arte do aprender sozinho. Na simplicidade da sua linguagem, Gérard diz-nos que a fotografia é a sua maneira de bloquear o mundo.
Imediatamente a seguir ao excerto acima apresentado, surge na reportagem uma cigana, mulher com o rosto marcado por anos de sofrimento. De seu nome Maria Hortência Lima, habita agora numa aldeia perto de Tomar. Foi fotografada enquanto menina por Gérard Castello-Lopes em Riachos no ano 1958, ficando aquele instante de mundo bloqueado numa qualquer objectiva de Gérard. Riachos era o fundo da foto, riachense era o ar que acariciava aqueles cabelos ciganos e despenteados.
É sempre bom ouvir o nome da nossa terra na televisão, sem ser "Riachos, uma vila perto de...".
Parabéns à SIC, porque não disseram que Riachos ficava perto de Torres Novas (ou Torres Vedras...) Entroncamento ou Golegã!
Já agora, Gérard Castello-Lopes tem um apelido familiar não tem?
José Castello-Lopes, pai de Gérard é um ilustre riachense, criou a antiga firma de exibição de filmes em 1908. Ao contrário de algumas opiniões, o Cardume afirma que José Castello-Lopes é riachense. Se entrarem no cemitério, percorram aquele corredor central até ao fim, até áquela capelinha e olhem para uma discreta campa rasa que se encontra por ali.
Outra prova é o antigo cinema de Riachos que agora está ao abandono. Consta que ainda lá estão as cadeiras e tudo o que é preciso para aquilo ainda ser um cinema. Felizmente, ainda não mandaram tudo abaixo, o que significa que pode ser recuperado para se tornar numa homenagem ao cinema.
Será que não há interessados em restaurar aquilo?