No domingo passado, dia 22 houve festa em Riachos, as cantadeiras comemoraram o seu sétimo aniversário. A celebração estava marcada para as 15.30 e nela iam participar vários artistas.
Quando tentávamos chegar à casa das artes ou da cultura ou o que quer que lhe queiram chamar, para nós há-de ser sempre a Casa do Povo, tivemos que pôr à prova a nossa destreza para conseguirmos passar pela enorme lixeira que se vai acumulando ali junto dos caixotes do lixo. Começámos a ficar preocupados pois podíamos não conseguir entrar na Casa do Povo a tempo do início da festa, mas como começou com algum atraso lá vimos a coisa desde início.
Depois de tirarmos as cascas de ovo da camisa, folhas secas do cabelo e um resto de batatas fritas dos bolsos lá entrámos na Casa do Povo.
Como era a festa das Camponesas as senhoras lá cantaram (?) umas modinhas todas contentes… pensamos que a plateia também deve ter gostado.
De seguida veio uma série de momentos altos da tarde, os fados, interpretados por Célia Barroca, Manuel João Ferreira, Silvina Sá e Teresa Tapadas. Cada um dos fadistas cantou três temas.
A nossa conterrânea Célia Barroca teve alguns problemas devido ao som das guitarras que não se fazia ouvir, mas lá seguiu em frente com a sua actuação (o técnico de som era Pedro Neves).
Manuel João Ferreira subiu ao palco todo animado (segundo disse antes tinha estado a beber um abafadinho cá da terra) cantou em repleto de emoção os fados que lhe competiam. Note-se que o artista estava de tal modo o sentir as palavras que cantava que no final do primeiro tema por pouco não começou a chorar.
Silvina Sá e Teresa Tapadas foram as seguintes a mostrar o que de melhor fazem e lá cantaram a preceito os seus fados.
Pouco tempo depois foi tempo de encher o palco de folclore riachense com os Camponeses a actuarem. Como não podia deixar de ser o fandango foi dançado por vários membros do grupo, sem não antes Joaquim Santana lembrar o nome do maior fandanguista português, António Veríssimo. Que naquele mesma sala, naquele mesmo dia, há um ano atrás precisamente, tinha pela última vez, oferecido aos riachenses o seu inesquecível bailado. Todos os presentes na plateia e no palco fizeram questão de oferecer um longo, sentido e saudoso aplauso em memória do bailador. A cada palma que se ouvia podíamos transformar aquele som no suave toque dos sapatos de Veríssimo e de lágrimas nos olhos recordar esse grande homem, e sentir ao mesmo tempo orgulho e saudade por já o termos visto dançar inúmeras vezes.

Motivo do nosso atraso